|
Houve um silêncio. O criado servia frutas geladas, esplêndidas pêras de
Espanha e uvas das regiões vinhateiras da Burgonha, grandes uvas negras.
O barão trincou de uma pêra.
- Foi uma complicação para afastar a polícia e impedir noticias nos jornais
que desmoralizariam a casa. Elisa seguiu horas depois para o hospício, babando
e estertorando. A Elsa devia ter sido enterrada hoje à tarde. Estive lá
a ver o cadáver. Tinha ainda nas mãos cerradas fios de cabelos loiros, como
se quisesse arrancar para o túmulo a prova desesperada da sua morte horrível.
E mordeu com apetite a pêra. No salão de cima uma valsa lenta, chorada pelos
violinos, enlanguecia o ar. Das mesas do terraço entre a iluminação bizantina
das velas de capuchons coloridos subia o zumbido alegre feito de risos e
de gorjeios de todas aquelas mulheres que o jantar alegrava.
|
|