![]() |
![]() |
Ou o senhor diz-me ou eu explico tudo em público.., |
Os outros ficaram quietos, incapazes, mas com grande admiração minha, o Dr. Pontes falou: - Vivemos nesta aflição há já algum tempo. Há um gatuno aqui, ou um gatuno de fora que possui a chave. - É isso, a chave... atalhei eu. - Mas apesar do mútuo respeito que nos devemos, a desconfiança existe. Ora, eu já pensei mal de meu tio. Proponho, pois que ao sair daqui, façamos uma passeata pelo hotel, entrando e varejando todos os quartos. Serve? Eu tinha acabado de sorver o café e admirei Pontes: ou um gatuno esplêndido ou um inocente. Em compensação, o senador Gomes olhava a porta absolutamente pálido. Que se iria passar? - Serve? tornou a dizer Pontes. - Mas está claro, fez o Gomes. Partimos todos para a passeata lá da entrada. É o meio alegre de acabar com uma pressão séria. - Apoiado! Este Pontes sempre o mesmo! Mas Gomes erguia-se no rumor das exclamações. Erguia-me, alcancei-o no corredor Estávamos sós. Sussurrei-lhe: - O gatuno é ele. Vi-o entrar no quarto da Santarém... - Não é. - Então quem é? - Não sei. - É impossível negar mais tempo. Ou o senhor diz-me ou eu explico tudo em público. Só o muito respeito... |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |